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EU, ELDER F.


Livros, filmes, fotografias e histórias contadas pela metade.

O desafio de ler um livro de cada país

No ano passado, quando decidi sair em uma aventura pelos Estados Unidos e como bem se espera de um intercâmbio, tive a oportunidade de entrar em contato com diferentes culturas e costumes. No meio dessa experiência, conheci gente de vários lugares que, por meio de conversas aleatórias, me ajudaram a perceber o quanto a minha visão em relação à algumas regiões do nosso mundo era definida por esteriótipos. A Índia, afinal, não é só trânsito caótico, a África do Sul não é só fome e os Estados Unidos não é só fast food. Infelizmente, boa parte da visão que construímos do mundo é baseada em esteriótipos e isso nos cega de ver outras diferentes realidades.

Nascido em Belém do Pará, acostumei-me com piadas frequentes sobre jacarés andando nas ruas da cidade ou sobre como deve ser difícil viver no meio da selva. As piadas nunca me afetaram, mas depois de algum tempo percebi que as pessoas geralmente propagavam essas piadas pois elas eram realmente o único lado da cidade que elas tinham lido ou escutado sobre. Nos Estados Unidos, por exemplo, um dos meus amigos americanos chegou a me perguntar qual era a minha tribo na Amazônia, mas depois de descobrir a gafe ele acabou se desculpando e confessando que não conhecia muito sobre a região.

Em 2009, a escritora nigeriana Chimamanda Ngozi falou em uma conferência sobre o perigo dos esteriótipos e de se saber apenas um lado de uma história. É difícil, de acordo com a autora, se envolver com um lugar sem se envolver com as inúmeras histórias que o acompanham. Quando a autora se mudou para os Estados Unidos, ela percebeu que a imagem das crianças africanas desnutridas frequentemente transmitidas na mídia criavam esteriótipos sobre a região africana. E o problema com esses esteriótipos, disse Chimamanda, não era nem o fato de a maioria não ser verídico, mas de que eles eram incompletos e faziam com que um único lado da história se tornasse a história inteira.

Depois de assistir o vídeo com a palestra da autora e de terminar o intercâmbio, decidi que estava mais do que na hora de eu derrubar alguns esteriótipos que a mídia há anos vinha cultivando em mim. Decidi, portanto, que vou ler um livro de cada país durante 2015. Fazendo isso, espero tentar dizimar de alguma maneira a visão distorcida que posso ter sobre algumas regiões do globo ou ainda mesmo criar visões de lugares que nunca antes ouvi falar. Por meio das leituras, poderei entrar na mente de pessoas de várias regiões do planeta e conseguirei entender melhor o mundo e as pessoas a minha volta (ou pelo menos é isso que espero que aconteça até o final do projeto).

Para dar início, aproveitei que estava nos Estados Unidos e pedi para que um amigo americano, que não por mera coincidência também é meu namorado, me recomendasse um livro da literatura norte-americana que merece extremamente ser lido. O amigo em questão é o Zach Patten e o livro norte-americano que ele acha que eu deveria ler como ponto de largada do projeto Nas Entrelinhas do Mundo é To Kill A Mockingbird (O sol é para todos, em português). Eu gravei um vídeo com a recomendação do Zach e tomei a liberdade de traduzir livremente as palavras dele. Esse é o primeiro vídeo do blog e espero que os que acompanham o meu passa-tempo aqui possam aproveitar a oportunidade para também conhecer mais sobre a literatura mundial.

Dito tudo isso, bora para conhecer o mundo (sem deixar o conforto do sofá)!




País #1: Estados Unidos.



Título: To Kill A Mockingbird

Autor(a): Haper Lee

Ano: 1988

Páginas: 376

Editora: Grand Central

8 comentários:


  1. Projeto bacana, ainda mais que eu nunca ouvi falar de títulos de alguns países, como de um autor nigeriano, por exemplo.

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  2. Muito, muito, muito bacana, Elder!
    Nunca sai do nordeste, mas sei que existe esse tipo de esteriótipo até aqui no Brasil em relação a nós, imagina quem vê de fora. Perguntaram de que tribo você era? Caraca, essa foi boa!
    Acho a ideia do seu projeto maravilhosa. Até entraria numa empreitada dessas se eu fosse boa com projetos, mas sou um lixo! rsrs E adorei o livro para começar. Li quando era criança e me apaixonei por ele. Espero que goste.

    Sobre o Fúria Vermelha que você perguntou lá no blog, não existe muito de drama não. Na verdade quase nada. O autor faz um chão muito fixo para a história, e o drama que existe são os internos do protagonista, mas nada que a parte ativa da coisa não mande embora rapidamente. É como se o drama fosse o combustível da bagaceira. rsrs
    Ele é uma distopia misturada com sci-fi. Recomendo mesmo a leitura.

    bjus
    terradecarol.blospot.com

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  3. Depois de ler e ver o vídeo, percebi que você me inspirou a viajar para qualquer país apenas para uma "aventura" de conhecer outras obras. Amei o post.
    Beijos <3

    euvivolendo.blogspot.com.br/

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  4. Projeto super bacana! Uma forma de viajar o mundo e conhece-lo em apenas um virar de páginas!

    Abraços!

    http://joandersonoliveira.blogspot.com.br/

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  5. Oi, Elder! Adorei a ideia do seu projeto! Realmente somos influenciados pelos estereótipos dos países mostrados pela mídia! Uma amiga minha tem muita vontade de ler esse livro e eu acho que ele realmente seja muito bom! :)

    Abraço

    http://tonylucasblog.blogspot.com.br/

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  6. Oi! ^^
    Adorei seu projeto! Vou adorar passar aqui para conhecer os livros que você vai ler. Acho que tudo o que eu já li até hoje veio do Brasil, Reino Unido e USA.
    Isso de esteriótipos é horrível mesmo. Toda vez que ouço alguém falando mal de algum país, lembro à essa pessoa dos esteriótipos que brasileiro tem. Afinal, acho que a maior parte do que falam sobre brasileiros no geral não se aplicam à mim.

    Sobre meus contos, fico feliz que você se interesse por eles. Agora estou com uma conta no Wattpad e pretendo publicar por lá. É uma plataforma que facilita a leitura em pcs, notebooks, tablet e smartphones. Passa por lá pra conhecer: http://www.wattpad.com/user/helainaideas

    Abraço;

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  7. "Qual a sua tribo da amazônia?" aushaush dclp, mas eu ri, foi engraçado.
    E sim, realmente há um preconceito, pois muitos só sabem uma parte da história e nele se surge um esteriótipo, e mts n vão atras sobre a cultura do lugar, creem e se deixam levar pelos esteriótipos.

    http://blogquerida.blogspot.com.br/

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  8. Ei Elder, belezinha!
    Cara projeto legal, mas tipo, num sei se me aventuraria D: São tantos países, e eu tenho minhas preferencias. Tem que ter muita forçade vontade viu! Boa sorte ai no seu.

    Abraços
    David Andrade
    http://www.olimpicoliterario.com/

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